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terça-feira, 20 de março de 2012

SÓ ÀS VEZES...

"...Acho que o tempo tem um plano secreto, fala um idioma de segredos, e, talvez, por esta razão, não nos seja permitido entrevê-lo. Ou talvez estejamos unidos por um fio invisível que nos faz entrelaçar destinos, em alguns casos, como o meu, de modo obsessivo. Tentando vencer a mudez, cheguei a desenhar palavras para colocar nos lábios do silêncio, com a frágil ilusão de que em algum momento, ele se arrependesse de tanta frieza e voltasse para retribuir meu gesto. É quando respeito a sabedoria do silêncio  e digo: eu acho que entendo. E me lembro que nobreza de sentimento é não sucumbir antes do tempo. A recordação é uma estação atemporal.  Não desgasta o que foi verdadeiro, porque no tempo de dentro, somos todos eternos. Já aquele outro relógio, não passa de um animal selvagem salivando a nossa carne. Não há como nos defendermos. Enquanto isso, envelhecemos..."


(...)




"...A brisa do passado sempre volta para nos acariciar o rosto, como se quisesse nos descobrir novamente em um sopro. Quem sabe, seja para recordar as crianças de espírito que ainda nos habitam. E arriscaria dizer que, deve ser este o motivo para que dentro de  nós haja tantos ruídos. Talvez elas queiram apenas ter com quem brincar, devem se sentir mesmo muito sozinhas.


E a menina, invisível, balança sua saia-de-chita e gira até ficar tonta sob o sereno de prata. Pisa no ar, leva um susto e pára. Era só teu rosto, me vendo: toda iluminada.


Assistindo a chuva de mil tons que cai atrás das vidraças.


É tanto céu, que derrama.


Lídia Martins


A GENTE PODIA SE VER NO AR

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