"...E outra vez as lembranças, misturadas, de um lugar que parecia ser o mesmo apesar da distância. O cheiro do diferente, o barulho de conversas, a música ambiente, o cardápio semelhante e a cerveja, tão com gosto teu, que me servi três vezes. E, apesar da tranquilidade, da serenidade e da aparente felicidade, rodeada de amigos que sabe lá quando irão se ver e se reunir e comemorar e beber e rir e lembrar juntos novamente, eu quis a tua presença ali, compartilhando esses momentos comigo. Vendo a saudade da infância perdida numa amizade de adultos que se separam porque a vida quer assim, misturada com um quê de orgulho e de alegria, por tudo que dá certo. Pelo sucesso que, mesmo não sendo teu, acaba te atingindo também.
E eu te quis perto. Quis mostrar um meio novo daquilo tão igual. Quis tua mão na minha, quis teu riso descontraído e teu olhar perdido em mim, daqueles que eu só sinto, mas não vejo. Eu queria ter compartilhado meus amigos, ter oferecido minha escolha e queria te olhar, de relance, vezenquando, só pra saber se você estava ali ainda. Se sorria, se pensava longe, se bebia, se distraia, se contava histórias. Se era você mesmo... E quando pensei não ser mais possível um lugar se encher de vazio de você, começa uma banda desconhecida, de nome que agora nem lembro, tocando blues e recordei mais e mais de você e quis mais e mais que você vivesse tudo aquilo, que fosse feliz do meu lado. E que bastasse.
Pronto. Vieram as lembranças que havia afastado tão cuidadosa nesta manhã cinza. Agora chove manso, mas o céu é azul nas beiradas, daquele azul amanhecido. Um tanto tardio. Sereno. Tranqüilo.
Sadio.
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