"...Não há segredos nem fórmulas certas para que você continue acertando sempre, você só precisa ser você mesmo, não perder a piada nem esquecer as poesias. No mais, a gente se inventa. Se veste, se colore, pinta e borda. E eu vou me satisfazendo de você, sem nunca me saciar por completo. O tempo é sempre pouco quando te tenho perto e não conheço o rosto da vontade de ir embora. E nem quero.
Tudo bem (...), pode vir você com a tua sina de não dar audiência para as minhas linhas, mas não há nada aqui que não tenha sido dito. Por mais que as palavras se estanquem na garganta e o silêncio predomine, há um bocado de tranquilidade entre a gente que diz mais do que a fala realmente seria capaz e quer saber? Nem me arrisco dizer. Traduzir. Só permito transparecer, (...), do jeito manco que sei fazer. E fico. E carrego uma expectativa mansa de que baste, de que você veja e que você permita que eu te carregue nos olhos, (...), para te prender quando o medo der tchau da porta e para me acompanhar quando vou me abraçar nos sonhos..."
Maria Fernanda Probast
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