Eu queria ser leve, eu queria ser leve de modo a não sentir meu próprio peso. Eu queria soar leve de modo que as palavras flutuassem de mim até se esvaírem. Eu queria um pensamento desanuviado, ponderações solúveis.
Eu queria sentar na pedra mais alta para que o vento passasse através de mim, causando tão somente um frescor sutil de hortelã. Eu queria chorar todas as lágrimas do mundo, mas que elas não fossem salgadas para serem leves. E queria que nada disso fizesse qualquer diferença.
Seria bom se não houvesse começo ou fim, só a continuidade das coisas, isentas de processo, de mudanças dramáticas, ausentes de mim.
Saco vazio não pára em pé, e era isso mesmo que eu queria, ficar um tempo deitada em temperatura ambiente de mim, e mais nada.
Elis Barbosa
Dormideira
ResponderExcluirA cápsula da planta era secreta a todos
A calma viria através do sono
A insensibilidade dos sentidos
O repouso atemporal
Entorpecimento, adormecimento
Acometimento proveniente da mata
Planta das brincadeiras de infância
Claustro impingido para a evasão
Dos sentidos, do jogo real
Miriam Azevedo Hernandez Perez
19/06/2010
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