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segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

NÃO ATIREM NO CORINGA

".... “Quero o revólver”, eu disse, para espanto geral da minha mãe, da vendedora da loja e, depois, do restante da família. Você não quer uma boneca? “Não, eu quero o revólver.” 
Eu não era estranha às armas de mentira. Passara os últimos anos matando ou sendo morta pelo meu irmão do meio, assim como pelos amigos. Morria ora como cowboy, ora como índio. Por influência ideológica, lá em casa os índios tinham seus dias de glória ao vencer a cavalaria americana. Mas também fui assassinada pelo martelo do Thor, asfixiada pela teia do Homem Aranha e trespassada pela espada do Zorro. Morri dezenas, talvez centenas de vezes, antes de completar 10 anos. E comandei massacres quando ainda era menor de idade. Alguns dos melhores momentos da minha infância foram vividos quando matava ou morria alegremente nas brincadeiras, ressuscitando a tempo de comer o bolinho de chuva da minha mãe..."
ELIANE BRUM
TEXTO NA ÍNTEGRA : http://revistaepoca.globo.com/Sociedade/eliane-brum/noticia/2012/07/nao-atirem-no-coringa.html

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