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sexta-feira, 30 de novembro de 2012

NOTAS SOBRE FRIO E MELANCOLIA


...Nas marcas que deixei tempos atrás

Uma vez mais. E é quase sempre inverno. Inversões do abandono,  variações dos mesmos despropósitos.
Temáticos. Nada pra aquecer, esquecimentos necessários. Jardim, figueiras, incensos ou velas aromáticas? Alguma nota de saudade e agonia, xícara e meia de solidão, duas dúzias de tédio, com açúcar orgânico, viu. Tudo irremediavelmente assim. Tudo irremediavelmente bem.  

Melodrama só pra não cair no descrédito total. Eu que nem vento sou e só sei me repetir. E mesmo em sonhos sambas de roda cortina de fumaça e desatinos ninguém me chega. Ninguém. Vagos e indecentes, todos vocês. Um vazio todo cheio de calor mas que ninguém preenche. Entende? 

E na profusão do silêncio os corpos vão se tornando nuvens e espasmos e as formas vão se emaranhando e se fazendo indistintas, e o que resta é nada. Nada. Água escorrendo, escorrendo, escorrendo. Infinito de rio e mar. Indefinidamente. Incansavelmente. Avidez.

Eu que tenho que aprender sobre esperas incalculáveis. Eu que tenho me exagerado. Eu que me sorvo em águas turvas e ainda assim, por tantas vezes rasas. Eu, que mais e sempre mais me erro. Indefinida. E novamente eu, não é? Essa primeira pessoa gasta do singular, com as voltas e voltas em torno do próprio eixo enquanto há um exército todo lá fora tocando amenidades, conversas adocicadas, bombons e cor azul-piscina. 

 Enquanto há um exército todo de homens-bombas tocando trombetas e prestes a explodir a terra azul azul azul. Enquanto o tempo é a própria bomba-relógio, fim em si mesmo. Enquanto faz frio. Seriam as lentes multifocais? Não há paragens seguras, não há paradeiros, não há paradas. Circunvoluções. As águas seguindo seu curso incerto. Sem nenhum abrigo. Perigos, perigos, perigos. E é isso, antes que o chá esfrie.

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