...Nas marcas que
deixei tempos atrás
Uma vez mais. E é quase sempre
inverno. Inversões do abandono, variações dos mesmos despropósitos.
Temáticos. Nada pra aquecer,
esquecimentos necessários. Jardim, figueiras, incensos ou velas
aromáticas? Alguma nota de saudade e agonia, xícara e meia de solidão,
duas dúzias de tédio, com açúcar orgânico, viu. Tudo irremediavelmente assim.
Tudo irremediavelmente bem.
Melodrama só pra não cair no descrédito
total. Eu que nem vento sou e só sei me repetir. E mesmo em sonhos sambas de
roda cortina de fumaça e desatinos ninguém me chega. Ninguém. Vagos e
indecentes, todos vocês. Um vazio todo cheio de calor mas que ninguém preenche.
Entende?
E na profusão do silêncio os corpos vão se tornando nuvens e espasmos
e as formas vão se emaranhando e se fazendo indistintas, e o que resta é nada.
Nada. Água escorrendo, escorrendo, escorrendo. Infinito de rio e mar.
Indefinidamente. Incansavelmente. Avidez.
Eu que tenho que aprender sobre
esperas incalculáveis. Eu que tenho me exagerado. Eu que me sorvo em águas
turvas e ainda assim, por tantas vezes rasas. Eu, que mais e sempre mais me
erro. Indefinida. E novamente eu, não é? Essa primeira pessoa gasta do
singular, com as voltas e voltas em torno do próprio eixo enquanto há um
exército todo lá fora tocando amenidades, conversas adocicadas, bombons e cor
azul-piscina.
Enquanto há um exército todo de homens-bombas tocando
trombetas e prestes a explodir a terra azul azul azul. Enquanto o tempo é a
própria bomba-relógio, fim em si mesmo. Enquanto faz frio. Seriam as lentes
multifocais? Não há paragens seguras, não há paradeiros, não há paradas.
Circunvoluções. As águas seguindo seu curso incerto. Sem nenhum abrigo.
Perigos, perigos, perigos. E é isso, antes que o chá esfrie.
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