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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

O ADEUS QUE NÃO ACEITO...

Não sou fã de despedidas e quem me conhece me poupa destes momentos apertados de vazio. Já que não sou boa com palavras ditas, neste tipo de situação é que elas somem mesmo.  Evaporam como a água que lava as roupas estendidas no varal em dias de calor. Um choro entalado na garganta piora tudo. Um olhar agarrado no céu para segurar as lágrimas que querem se jogar em queda livre, um entrelaçar de dedos nervosos, e um abraço esquálido. Quando, na verdade, o que se quer é arrancar os cabelos, gritar, arrastar-se aos pés e pedir que ele ou ela não se vá (seja amigo, amor, tio, prima ou até colega de turma). Já passei por isso tantas vezes, que aprendi a controlar esse tipo de emoção. Posso parecer indiferente aos demais, mas só quem ama e sofre sabe o que se passa dentro de quatro paredes, com a porta trancada, repousado num travesseiro.

(...)


 O mais difícil é lidar com o que fica, com o que não foi dito, o que foi comemorado, tudo que foi acalentado e todas aquelas fotografias mentais que chamamos de memórias. Complicado mesmo é carregar um coração cheio de saudade, uma mente povoada de lembranças. Tudo que remonta o que foi verdade, seja uma música, uma comida, um lugar. Com um “tchau” dado às pressas, tudo se perde, ficamos apenas com o espaço liberado para novos hóspedes se alojarem. Isso é, se permitirmos isso algum dia.
Eu não quero me despedir do que me faz bem, do sorriso que existe escondido por trás do computador, do “bom dia” que é esboçado na digitação apressada e descompromissada, da vontade de ligar e na falta de coragem em fazer isso. Não quero colocar um ponto final em frases que foram ditas a mim e que o vento devolveu para o dono. Não quero pensar que estou guardada numa gaveta escura, com cheiro de madeira velha. Não quero imaginar que meu lugar foi ocupado por alguém que não tem o mesmo merecimento. A minha intenção não é amarrar. É manter o laço.
Despedidas me fazem sofrer por um tempo.
Boas lembranças me fazem sofrer a vida inteira.
Aryane Silva
AMOR EM LETRAS

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