"...Gosto de abraços. Acho que é uma forma de mergulhar no outro, é uma entrega de si, uma rendição absoluta pela ternura que o outro conseguiu despertar. Os corações se encaixam e se tocam. Os rostos colam. Os braços se enlaçam. Liberta emoções. Para mim o que deve estar em pauta é isso: a demonstração de afeto sem querer nada em troca.
Foi dentro do seu abraço que eu implorei pausa ao tempo. Custava os segundos não passarem naquele instante ou, sei lá, não parecer loucura minha se te grudasse por umas duas horas, ou mais...?
(...)
O tempo deve ser realmente muito canalha para ter roubado o seu abraço de mim. Te arrastou do meu aconchego, desuniu os nossos corações que, por alguns instantes, dançaram suas batidas juntos. Talvez, esse tenha sido o único momento da realidade que nos pertencemos. Foi quando os nossos corpos se afastaram que olhei para o chão, tímida, como se estivesse arrasada por perder tudo o que eu tinha e pensei: ''Vai, mas me leva!''.
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