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domingo, 1 de abril de 2012

TRÊS LADOS

Você quer um lugar na cama. Eu quero ter o seu sobrenome.
Quero tirar a roupa da mente. Despir os conceitos, a nudez é uma purificação.
Você pode facilmente reconhecer alguém que não desperdiça a vida nos estereótipos.
Não tratem o amor como um conto da cripta, um romance de carnaval, uma decoração barata para um festa de 15 anos. Não é doce demais para os diabéticos emocionais. Não é exageradamente salgado para os que vivem escravos de uma maresia inconsciente. Não é equilíbrio, não é paz, não é conforto eterno, não é promessa de garantia.

Quero razões sem a necessidade de argumentos. Manhãs ao invés de madrugadas. Brincar com o tempo, confundir os ponteiros. Vender abraços que todos possam pagar. Descobrir vícios entre beijos antigos que o amor faz soar tão novos.
A etiqueta não importa quando eu já desabotoei os seus medos. O chão clama por suas roupas. As paredes, por suas mãos. O ventilador, por sua transpiração.

As asas passam pela minha porta. O amor se rasteja em qualquer fresta, você só precisa deixa-lo espiar seus movimentos.
Ela dança frenética sobre as páginas dos livros que não leu, mas o coração sabia memorizar a parte prática da coisa. A teoria foi assassinada pelo tato do seu amante favorito. Não era mágica, não era um truque treinado na frente de um espelho trincado, mas eu fiz parecer o trabalho de um mago profissional, um artista em dias inspirados.
Ela queria uma obra de arte, eu ofereci um museu inteiro com exposições diárias em todos os horários.
Os críticos me fotografaram lhe roubando confissões. Ela era parada obrigatória num trânsito sem placas. Ele queria a fama que não estava embaixo das luzes, o reconhecimento que não estava nas cifras, nem nas capas dos jornais, nem em tablóides sensacionalistas.

Para compreender nosso mundo era obrigatório chegar cedo e aproveitar cada segundo da festa de nossas vidas.
Ela sussurrava, ele fazia música. Você tinha um gosto inédito, tudo fazia parte de um sabor que não se repetia.
Os goles não embriagavam, mas enchiam todos os copos que eu pudesse segurar.
Os vizinhos diziam que a gente combinava, como um lançamento de qualquer estilista conceituada. Estávamos na moda.

O tempo não passa para quem é afortunado nos detalhes. Obsessivo para ser inesquecível em cada pequena coisa.
Ela não se contentava com um parágrafo, tampouco com linhas avulsas. Era um romance que deveria repousar sobre o seu travesseiro.
Eu colocava as palavras na academia para que voltassem poderosas e invencíveis. Elas caberiam nas paredes do seu coração e nenhum inverno seria capaz de congelar tanta devoção.

Ela tem aquele sorriso de quem traz boas notícias. O destino nunca seria capaz de ir contra uma fotografia sua.

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