POR MÁRCIA TOITO
Umas horas de espera, uma vida lá fora e um recorte do tempo aqui dentro.
A biruta anunciando um vento sem direção e por instantes meu pensar se iguala caminhando sem rumo por entre as imensas avenidas da metrópole, pelas ruas de mim, pelas vicinais do querer.
É da janela que vejo um verde perdido na floresta de concreto, um cinzento esquisito pairando no céu
sentimentos gris vão brotando sem que eu consiga contê-los.
O que eu penso, o que eu quero, o que eu vivo num vai e vem incessante comparável ao trânsito lá de fora que vai chegar só que eu, de onde estou, não consigo saber.
Talvez, a janela que oferece a generosa visão do lugar é a mesma que limita a paisagem.
Abro também minhas janelas, aquelas que penso serem amplas, mas que na verdade limitam o que de fato sou.
Faço para arejar meus instintos, meus dramas, meus traumas...Contudo, o vidro isolante da boa conduta abafa meu som.
Funciono assim como a cidade lá fora. Há os que me veem da janela e os que vivem em mim e por estes sou constante paisagem natural ainda que pulse uma metrópole dentro de mim.
Márcia Toito
Umas horas de espera, uma vida lá fora e um recorte do tempo aqui dentro.
A biruta anunciando um vento sem direção e por instantes meu pensar se iguala caminhando sem rumo por entre as imensas avenidas da metrópole, pelas ruas de mim, pelas vicinais do querer.
É da janela que vejo um verde perdido na floresta de concreto, um cinzento esquisito pairando no céu
sentimentos gris vão brotando sem que eu consiga contê-los.
O que eu penso, o que eu quero, o que eu vivo num vai e vem incessante comparável ao trânsito lá de fora que vai chegar só que eu, de onde estou, não consigo saber.
Talvez, a janela que oferece a generosa visão do lugar é a mesma que limita a paisagem.
Abro também minhas janelas, aquelas que penso serem amplas, mas que na verdade limitam o que de fato sou.
Faço para arejar meus instintos, meus dramas, meus traumas...Contudo, o vidro isolante da boa conduta abafa meu som.
Funciono assim como a cidade lá fora. Há os que me veem da janela e os que vivem em mim e por estes sou constante paisagem natural ainda que pulse uma metrópole dentro de mim.
Márcia Toito
Tão bom ver o mundo pelas janelas: da alma, da casa, do prédio, da vida!
ResponderExcluirAbraço do Pedra do Sertão