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sexta-feira, 16 de março de 2012

JANELAS

POR MÁRCIA TOITO
 

Umas horas de espera, uma vida lá fora e um recorte do tempo aqui dentro. 
A biruta anunciando um vento sem direção e por instantes meu pensar se iguala caminhando sem rumo por entre as imensas avenidas da metrópole, pelas ruas de mim, pelas vicinais do querer.
É da janela que vejo um verde perdido na floresta de concreto, um cinzento esquisito pairando no céu
sentimentos gris vão brotando sem que eu consiga contê-los.
O que eu penso, o que eu quero, o que eu vivo num vai e vem incessante comparável ao trânsito lá de fora que vai chegar só que eu, de onde estou, não consigo saber.
Talvez, a janela que oferece a generosa  visão do lugar é a mesma que limita a paisagem.
Abro também minhas janelas, aquelas que penso serem amplas, mas que na verdade limitam o que de fato sou.
Faço para arejar meus instintos, meus dramas, meus traumas...Contudo, o vidro isolante da boa conduta abafa meu som.
Funciono assim como a cidade lá fora. Há os que me veem da janela e os que vivem em mim e por estes sou constante paisagem natural ainda que pulse uma metrópole dentro de mim.


Márcia Toito

Um comentário:

  1. Tão bom ver o mundo pelas janelas: da alma, da casa, do prédio, da vida!

    Abraço do Pedra do Sertão

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