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domingo, 17 de abril de 2011

SEM DATA



Esta voz com que gritei às vezes
Não me consola de só ter gritado às vezes.
Está dentro de mim como um remorso, ouço-a
Chiar sempre que lembro a paz de segurança estulta
Sob mais uma pedra tumular sem data verdadeira.
Quando acabava uma soma de silêncios,
Gritava o resultado, não gritava um grito.
Esta voz, enquanto um ar
de torre à beira-mar

Circula entre folhas paradas,
Conduz a agonia física de recordar a
ingenuidade.
Apetece-me explicar, agora, as asas dos anjos.

Jorge de Sena

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