"...Nem sempre a saudade é tão generosa com a gente. Às vezes, ela fica apegada um bocado de tempo a recordações tristes, culpas, mágoas, arrependimentos por coisas que fizemos e por outras que achamos que poderíamos ter feito, mas não soubemos. Nem sempre a gente sabe, é a pura verdade, e a gente precisa se perdoar para seguir em frente. Para nos liberar e liberar o outro, porque a falta de perdão acaba sendo uma cela para dois. E já que o tempo não passa no coração, acho que é possível atualizar a nossa memória o tempo todo. Podemos ser generosos com nós mesmos. Buscar nos nossos arquivos o que existe lá de doçura, de graça, de amorosidade. Saborear as lembranças risonhas que também trazemos conosco. Utilizá-las como pontes que nos ligam a quem amamos quando a vida nos pede para inventar outros jeitos de encontro. "
Ana Jácomo
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