POR MÁRCIA TOITO
É longa a espera dessa coisa de esquecer.
Meu tempo é restrito
A tarefa da espera me cansa demais.
Por isso sigo lembrando...
Lembranças convidam a movimentos constantes
O ir e vir do pensamento acelera, alimenta o gostar.
Não, não se trata de viver do passado.
Trata-se apenas de um carimbo batido na folha amassada do tempo
Trata-se apenas do endosso da vida.
Além disso, trago marcas indeléveis
Ainda que eu quisesse não poderia abandoná-las
Quem esquece uma cicatriz?
Não se esquece o dia nem a noite, estão ali
Para que possam ser aproveitados ou desperdiçados.
Vai de cada um o moldar da lida diária.
Sim, eu sigo lembrando
Pois que isto faz com que me sinta vivo.
A tarefa do esquecimento me empurra para o túnel da
Não existência, para o túmulo indigente do tempo perdido.
Márcia Toito
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