"...Infelizmente acontece com todo mundo: o correr das horas e as ofensivas imediaticidades não permitem a presença como em outros tempos. Mas amizade é isso. Perdoar e ser perdoada pela correria cotidiana impedir a frequência, a constância de amigos por perto.
Mas, por favor. Não vamos confundir ausência com indiferença. Não vamos justificar abandono com falta de tempo.
Amizade é pra ser usada e não guardada na gaveta das boas lembranças. A boa amizade é pra ser prezada, gasta e compartilhada. Perto ou longe. Afinal, alegar impossibilidade de contato em tempos de meios instantâneos de comunicação é, no mínimo, cara de pau.
Dentre as coisas mais verdadeiras que sempre leio e assino embaixo estão as concepções de que, quem ama cuida e quem quer, dá um jeito. Nisso, cabem cartas e e-mails pra encurtar distâncias, mensagens e telefonemas pra romper silêncios, e sempre que possível, encontros pra amenizar saudades.
É isso. A gente até pode perder o amigo de vista, mas há de se dar um jeitinho vez ou outra, que seja. Porque amizade é coisa que não se perde.
Erros e tropeços também cabem aqui. Como em toda e qualquer relação humana. E cabe também o refazer. Para tanto, a importância que cada um faz e dá a nossa vida, ditará quem permanece. E pra isso, não há disfarces, não há desculpas, não há emoções genéricas que substituam o sentimento.
Também não há receitas. Pra amizade verdadeira só há uma recomendação: depois de cativar, cultive.
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