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terça-feira, 11 de setembro de 2012

OUVE

 
Falo para ti que tiras os pés da cama sem saber se voltarás a deitá-los nesses lençóis.
Não tens certezas, excepto nos fins que esperam a cada partida e ainda assim partes.
Tu que procuras caminhar erguido, mesmo com o peso de tantas mãos nos teus ombros.

Carregas as tuas e outras culpas, que te empurram no sentido que na verdade não é o teu.

E sentes-te feio por te descobrires humano e sonhador. Fechas os olhos só por mais um tempo. Que se transforma em muitos tempos. Anos que lamentas teres sido todos menos tu.

Falo para ti, que te deitas sem saber se acordarás do sono que te é concedido para te visitares. A ti, que te apetece ficar mas que voltas, porque de cima viste a perfeição do teu lugar cá em baixo. A grandeza das escolhas que deram à luz outras escolhas. Que foram assim desenhando, a sangue e a amor, o Plano.

Demoras-te porque não vês nas coincidências os lábios do céu a dizer-te que confies em ti. A beijar-te sempre que é de um beijo que precisas para continuar. O ar que levas aos pulmões traz misturado bocados de nuvens.
Que a cada respiração vejas a oportunidade…
Que no outro Te vejas, a revelar por onde ir.

Aceita o mistério sem que te paralisares por ele. Fala. Pede. Como pode a vida dar-te o esperas dela se te ocultas por detrás dessa mudez. Só para os mudos de espírito, a vida é injusta. A primeira palavra terá de ser tua e pode ser “ obrigado” porque já foste ouvido.

Falo para ti que, como eu, desesperas diante dos muros altos que guardam o jardim. Dos atrasos infindáveis da felicidade prometida. Das pessoas que nunca chegam e daquelas que nunca partem. Das vozes grossas que te enchem de medo de gritar quem és. Dos deveres que não pediste mas que não recusas. Da vida que passa…

Falo para ti, guardião do teu caminho. Senhor de todas as tuas horas. Que sejam de força e de coragem. Que sejam de mudança. Mestre das lições que ainda aprendes, lembra-te do Amor que tudo pode...

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