SIGAM-ME OS BONS

A QUEM POSSA INTERESSAR

A maior parte dos textos aqui citados (por razões óbvias) não tem a autorização prévia dos seus legítimos proprietários. Entretanto, o uso neste blogue deve-se apenas a razões estritamente culturais e de divulgação, sem nenhum objetivo comercial, de usurpação de autoria e muito menos de plágio. A administradora do ARMADILHAS DO TEMPO pretende apenas expressar a sua admiração pessoal pelas obras e pelos autores citados, julgando assim contribuir para a divulgação da arte, da literatura e da poesia em particular. A ADMINISTRAÇÃO DO ARMADILHAS DO TEMPO respeitará inteiramente a vontade de qualquer autor que legitimamente manifeste a vontade de retirar qualquer texto aqui postado.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Quiçá a crisálida de um outro encontro




Você sempre me encontra assim,
em noites eternas posto que impermanentes, 
o único e absoluto tempo de viver. 
Seu olhar é estradeiro, a saudade alada 
e o coração, vagabundo. 
Nem ouso perguntar 
por onde tem andado, 
você não diria. 
Eu me desassossego, 
queria ser ubíquo 
em todos os seus atos 
para não precisar 
de tradução de seus gestos. 
Sua versão é imperfeita, 
menos vívida que legítima. 
Há um abuso de entrelinhas, 
frangalhos de memórias, 
dejetos de enredos 
que se extraviaram. 
Suas frases, 
atordoadas em lacunas, 
contam do ruminante cotidiano. 
Não sei se tomo 
o valor nominal do que diz 
como a real cotação das palavras. 
Você me diz que está perdida. 
Mas tantas vezes a gente se perdeu, 
simplesmente porque tentamos 
encontrar significado onde não havia. 
Você insiste. Aponta para mim 
como seu porto seguro, 
mas diz que o mapa do retorno se consumiu, 
a rosa dos rumos ensandecida. 
Outros pretextos com que finjo concordar, 
já que não me movo, 
tenho estado aqui por eras. 
Porém sei do seu apreço 
pelo gosto de voltar 
: sou todo familiaridade. 

Fio de Teseu no labirinto. 
Prendendo você justamente 
por lhe dar toda a liberdade.



Fabrício Franco

Nenhum comentário:

Postar um comentário