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sexta-feira, 18 de maio de 2012

SANGRANDO...

POR MÁRCIA TOITO



O que eu penso é menor, bem menor do que aquilo que sinto. Por isso não me cobre racionalidade quando momento exige e só faz verter emoção.
É certo que a distância cauteriza os ferimentos causados pelo sentir extremado. Contudo, há que se considerar os instintos que marcam a pele quando a proximidade é real.
Não posso evitar,o tempo ainda não me fez de armadura. A navalha dos teus gestos ainda me corta, eu ainda sangro e ainda fico tentando aparar os pedaços de mim que ficam pelo caminho a cada vez que busco a mira do teu olhar. Há  tempos que estão em outro alvo, se é que algum dia estiveram no meu...
Não, por favor, não queira de mim nada que seja diferente do emocional. Quero apenas que a densidade da indiferença, esta sim com flecha apontada pra mim, despeje todo seu visgo, criando a camada impermeável que tanto necessito para finalmente passar a te olhar como alguém  que não sei quem é.

Por enquanto, permito-me apenas dar asas ao meu ingênuo querer. O querer da ilusão, dos sonhos, das doces fantasias e das horas insones com o pensar recheado da magia que foi ter você no colo, nos ombros, nos olhos, na minha vida. No meu carinho, na minha quase carícia...

Permita-me apenas imaginar que ainda é assim, que você vai se virar e dizer uma frase qualquer, daquelas que faziam verter alegria, lágrimas, sensações que até hoje, mesmo quando tudo se foi, ainda não consigo descrever...
Por tanto tempo foi você meu guia, o melhor dos meus afetos, meu mais sincero sorriso.
Por tanto tempo desviei caminhos, conduzi meu tempo ao seu tempo, recebendo em troca a única coisa que de fato me interessava: O olhar de aprovação, a certeza de que eu, em determinado momento, alcançaria o equilíbrio no sentir.

Tão difícil entender os porquês de uma desistência sem explicação.
Difícil ajustar a farda da decepção e caminhar sem baixar a guarda, sem perder a marcha.

Não te espero mais, nem te quero mais. Mas admito ter saudades, admito o incômodo na tua presença e uma imensa vontade de saber se o que houve foi verdade ou se você simplesmente me usou.

MÁRCIA TOITO

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