algumas searas irrompem nos campos, não sei dizê-las
ao calar-me, arde a estranha linguagem do fogo
a música das velas dançando nas bocas
os navios debruçados nos ombros do peregrino
uma prece, esta muda forma de drenar as chuvas
rezar, inflamar uma espinha na pálpebra
devorar uma lâmpada, esperar a sombra das árvores
os frutos não quedam...
dos campos afasto-me, estio, durmo no mormaço
desafogar os barcos, limpar as telhas,
dos campos afasto-me, estio, durmo no mormaço
desço um passo,atraso-me,o trem descortina os trilhos
estou distante
é meio dia, receio que toda hora seja meio dia
metade, tudo é metade
insatisfeito, poço não cheio, romãs amadurecendo
estou distante
é meio dia, receio que toda hora seja meio dia
metade, tudo é metade
insatisfeito, poço não cheio, romãs amadurecendo
Das crateras a sugar o caldo da cana,bagaços sonolentos
esperam, algo no moinho fala.
A combustão dos mundos alça mãos as estrelas
as bocas minguando o sangue das horas
esperam, algo no moinho fala.
A combustão dos mundos alça mãos as estrelas
as bocas minguando o sangue das horas
Uma flor mínima acalanta sons nos dedos da aurora,
rezo um berço dentro dos teus olhos
para adormecer os passos entardecidos
sobram vírgulas na garganta, vocábulos molhados
rezo um berço dentro dos teus olhos
para adormecer os passos entardecidos
sobram vírgulas na garganta, vocábulos molhados
lógica,
não a lógica do bronze, clausura, mas a lógica embriagada,
esta lógica a acender fósforos na lama,
lógica fluente, silêncio, desemboco nos contrários
estou afirmando ser onde nego ser...
destinos, a casa fria da morte, o norte escuro no tempo
é imensa a solidão dos buracos
destinos, a casa fria da morte, o norte escuro no tempo
é imensa a solidão dos buracos
porque sempre afundam
os homens não sabem da solidão. desconhecem o abismo
não vivem, não bailam com a morte, sozinhos, não solitários.
Escrevo.Incenso verbos.Adestro paisagens mortas.
Estou com Fome. sede, imensa sede
não vivem, não bailam com a morte, sozinhos, não solitários.
Escrevo.Incenso verbos.Adestro paisagens mortas.
Estou com Fome. sede, imensa sede
todo homem traz uma seara de cactos na língua
desafogar os barcos, limpar as telhas,
chegar a desvelar o nome
não dizer nada, dizendo tudo, deitar-se dentro de um corpo
descansar a linguagem nos olhos fundos do mar
Sandrio Cândido
Lindo \post! Amei!
ResponderExcluirQuerida Feliz Páscoa! Páscoa nos lembra renascimento, recomeço e uma nova chance. Que a alegria da Páscoa invada o seu coração e o daqueles a quem ama, e faça deste momento um espaço de reflexão de amor e de paz. Bjs Eloah
Que surpresa, obrigado pela leitura e por compartilhar...abraços imensos
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