SIGAM-ME OS BONS

A QUEM POSSA INTERESSAR

A maior parte dos textos aqui citados (por razões óbvias) não tem a autorização prévia dos seus legítimos proprietários. Entretanto, o uso neste blogue deve-se apenas a razões estritamente culturais e de divulgação, sem nenhum objetivo comercial, de usurpação de autoria e muito menos de plágio. A administradora do ARMADILHAS DO TEMPO pretende apenas expressar a sua admiração pessoal pelas obras e pelos autores citados, julgando assim contribuir para a divulgação da arte, da literatura e da poesia em particular. A ADMINISTRAÇÃO DO ARMADILHAS DO TEMPO respeitará inteiramente a vontade de qualquer autor que legitimamente manifeste a vontade de retirar qualquer texto aqui postado.

quinta-feira, 22 de março de 2012

SOBRE ABRAÇOS...


VIDA, VIDA

 

É agora que preciso do abraço. Daquele que é dado sem ser pedido. Que nos aninha e acalma a dor de uma solidão que não se escolhe. O abraço que traz a Primavera aos espaços vazios que foram crescendo cá dentro. Já vai longo este Inverno. O sol esqueceu-me de mim, aqui ao frio. 

É agora que preciso de ouvir as palavras certas. Mãos com mãos e olhos nos olhos, ser capaz de falar. Sobre o medo e o que nos prende as pernas. Sobre expectativas. Sobre esta humanidade que nos força a esconder o corpo atrás de muita roupa. E as lágrimas atrás de caras paralisadas por sorrisos de plástico. Vamos calar todos os ruídos que nos cercam e ficar. Só ficar. Sente-me e reconhece-me como aquela que entende. E que ouve o indizível.

Conheço bem as lutas que nos roubam o sono. As vitórias da razão a que as emoções nunca se rendem. Os sentimentos pensados e os pensamentos que se sentem, envolvidos e desposados no conflito permanente pela busca do amor. É isso que tudo se resume, sabes? Todas as batalhas são por ele. Mas é na paz que ele se revela. No silêncio das disputas. Não antes.

Eu também fazia as escolhas seguras. As que me mantinham longe da vida e dos seus desgastes. Das pessoas que falavam de si e que andavam por aí com o coração à mostra. Do rebuliço que é andar no meio dos outros. Eu também não dizia desculpa…

Um dia percebi que me deitava sozinha. Como todos os dias. Eu, comigo. Foi o dia em que percebi que nada, nem ninguém importa além de mim. Mágico algum tem a fórmula para a minha felicidade. Para o que me faz sentir bem. Para as gargalhadas que já dei e para todas aquelas que ainda tenho para dar.

É tudo sobre simplicidade.
Ainda que custe, e como custa, pergunto se a imagem no espelho é mesmo a minha. Ainda que pese, e às vezes pesa, carrego a claridade que ilumina a falta de entendimento. A minha lanterna entra em todas as casas onde os enganos ergueram paredes. Ainda que demore, eu compreendo. Os tempos das coisas. As nuvens que pairam sobre os espíritos. O destino.
E os abraços que não têm de acontecer…

Um comentário:

  1. Que belo texto!
    " Um dia percebi que me deitava sozinha. Como todos os dias. Eu, comigo. " Pura realidade e sentimento profundo da solidão que é a companheira inseparável em todas as situações e escolhas.
    Linda escolha querida.Parabéns!
    tenhas um final de semana suave e feliz.
    Forte abraço.Eloah

    ResponderExcluir