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domingo, 12 de fevereiro de 2012

SOBRE ESCOLHAS...

POR MÁRCIA TOITO

Eu não tenho escolha  de tempo com você. Por isso aproveito as brechas, os vãos ... Os raros espaços nos quais seria agradável o encontro. Nem sempre consigo fazê-los possíveis, pois que você também tem seu espaço de tempo apertado e por mais que eu tenha vontade ou empenho, não depende apenas de mim, nem de você. Mas da tal boa sorte que de vez em quando cruza meu caminho.

Reconheço as pedras na sua estrada, seus momentos de solidão. O gosto pela arte e a facilidade para demonstrar e que eu, à distância, consigo apreciar sem moderação.  A grande habilidade para se desdobrar realizando sozinha, tarefas que  talvez eu não conseguisse fazer nem com ajuda . Isso me causa um tanto de angústia pois sei que nada do que possa fazer como demonstração de carinho irá diminuir seu fardo nem dar a você o necessário para ser feliz.

 E assim  a vida me  pega no colo e me faz  reconhecer naqueles por quem tenho grande apreço e carinho, aquilo que falta em mim. Faz- me observar o esforço feito para manter suas vidas com dignidade. 


 Às vezes, a tal boa sorte, fica de briga comigo e me mostra que eu também preciso tomar decisões . É quando percebo  também ter limitações,  dias de trevas e uma impotência incômoda diante dos sentimentos que tantas e tantas vezes me atropelam sem que eu tenha a chance de contorná-los, reduzindo a intensidade, garantindo apenas o  possível, apenas o  bom.


Fico sim aos pedaços, quando descubro que não sei como ajeitar meu sentir. Quando percebo  não poder vivê-lo de forma saudável e que o excesso de tarefas torna o tempo restrito demais para demonstrações de afeto e amizade.

Contudo, se eu tivesse como escolher o tempo com você e também com todos aqueles que fazem parte do meu restrito grupo de "pessoas que valem a pena gostar", saiba, eu  só escolheria os melhores momentos.
Os dias de temperatura agradável, lugares bonitos para conversar e sorrir sem as amarras do tempo. As noites de lua e céu estrelado...

Se eu pudesse escolher seria sempre pelas flores, pela mão estendida num gesto de afeto. Pela cabeça no colo nos dias de tristeza maior do que qualquer palavra de consolo a ser dita.
O tempo escolhido seria de festa, de dança e de doces, de sonhos... De sono tranquilo após momentos de muita alegria. O banho quentinho, a massagem relaxante, o pão fresco, a mesa posta, a cama perfumada...

Acredite, se houvesse como, eu escolheria apenas o melhor e  as trocas seriam repletas de boas surpresas e quem sabe eu poderia ouvir suas histórias com a atenção que merece.

É...não tenho essa escolha de tempo com você. Isso já sei e já disse. Só posso então contar com o acaso e 
e quando o sentir for maior que as condutas e regras, abro um rasgo no tempo, fabrico um vão, uma brecha e trago você pra perto de mim.

Márcia Toito

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