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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

PASSAGE DU SILENCE

Deve haver em algum beco sombrio, em alguma melodia dissonante, em algum sonho não tão profundo, no fluir dos ventos mais frios, para além daquela ponte talvez.... Deve haver o antídoto para os corações partidos. A cura para as feridas que as paixões nos causam. A solução inevitável e secreta para a vida que machuca. Para tudo aquilo que nos tiram. Para tudo o que nunca poderemos tocar ou ter. A redenção para os erros cometidos. A satisfação para o vazio que nos inunda quando a noite cai. O caminho certo escondido entre as folhas em que pisamos. Os espinhos dissolvidos pelas mãos do desejo. A anestesia para a dor das traições, das perdas, dos venenos, das armadilhas que nós mesmos armamos. A cura para as saudades que não cicatrizam. Deve haver, escondida em algum abismo, a escolha certa, a palavra exata e mansa. O tempo paralisado nos mostrando que tudo é possível se os espelhos também pararem de nos acusar com sua fúria. Um sussurro, uma brisa que nos arrepie a pele e nos faça ver que o amor não habita a mesma medida do tempo. E que esse sangrar interno que nos corrói será um dia lavado pelas tempestades que enfrentamos. Deve existir, em algum beijo esquecido, no toque das tuas mãos nas minhas, no fechar dos olhos por breves instantes... Deve haver o alívio que esperamos. O doce desmaiar que guiará nosso corpo latente e nu até o ponto mais inimaginável e fantástico. Um barco a nos esperar e acolher. A própria alma apontada para o destino, logo ali. Ainda temos tempo.


Van Luchiari

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