NA FOTO: FLÁVIA VIDUEDO
É noite. É chuva.
É o som do seu silêncio, ensurdecedor. Ao fundo, a potência de milhões de decibéis e...bem, e ela. ela, minúscula.
Abafa um choro seco.Estéril e exausto de tentativas frustradas. Amadurecido cedo demais pra agora acreditar em si mesmo, que afinal, tem ainda um timbre infantil.
"To be or not to be?" Ela quer ser, e sabe que cria essa ilusão, mas não faz cena: chora baixinho, contrariada consigo, afinal, tudo o que a sua voz acanhada conquistou foi a função de contrarregra.
O protagonista, por sua vez, é ovacionado. ("Merda!")
E ela, cansada de vestir o figurino e preocupar-se com o respeitável público, no monólogo seu de cada dia, vê as cortinas se abrirem num rasgo.
Não é um ensaio. É a estreia.
Flávia Viduedo
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