'A sentinela em fuga e outras ausências', de Milton Rezende
Com influências que vão de Drummond à Rilke, passando por Pessoa e Augusto dos Anjos, Milton Rezende apresenta uma poesia que mistura concisão e profundidade.
“Todo processo criativo implica numa recriação. Cada poema escrito é uma realocação dos elementos que já existiam: significa combinar de uma outra forma e de uma maneira própria as ideias e as palavras que existem desde sempre”, nos diz o poeta mineiro.
A principal característica da sua obra é o enfrentamento da objetividade. Milton, no seu fazer poético, adota uma postura reflexiva diante do mundo, da rotina, do aparentemente comum misturado à condição humana. Seus poemas arrancam do cotidiano um sentido novo, uma nova medida. Ou como apontou o crítico e tradutor Ivo Barroso: “Sua poesia é feita com vísceras, emotiva, atinge os nossos sentimentos, excita a nossa imaginação. Não é uma poesia passatempo, mero jogo de palavras; reflete uma experiência de vida, analisa as ascensões e quedas do ser humano.”
Eis um exemplo dessa poesia:
QUALQUER COISA
Os medos infantis
e eu estava ali sozinho.
A inquietação da juventude
e eu estava ali sozinho.
A solidão da maturidade
e eu estava ali presente.
A dificuldade de comunicação
entre as pessoas que convivem
estreitamente e eu estava ali.
Edição: Marcos Vinícius Almeida
Revisão: Milton Rezende
Foto do Autor: R & A Foto e Vídeo
Capa e Diagramação: Guilherme Peres
Apresentação: Dierval
1ª Edição: Abril/2011
Sobre o autor:
Milton Rezende nasceu em Ervália-MG na primavera de 1962. Viveu grande parte da vida em Juiz de Fora, mas atualmente reside em Varginha-MG. Escreve em prosa e poesia e a sua obra se divide entre inéditos e publicados. Entre estas últimas encontram-se: O Acaso das Manhãs (1986), Areia, À Fragmentação da Pedra (1989) e De São Sebastião dos Aflitos a Ervália – Uma Introdução (2006). Lançou pelo Terceira Margem - Editora Multifoco, em 2009, Uma escada que deságua no silêncio, e agora lança Sentinela em fuga.
Contato: milton.rezende@yahoo.com.br
Pra ler uma amostra da produção do Milton, acesse a Revista Germina.
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