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segunda-feira, 18 de julho de 2011

BLINDAGEM



Hoje estou assim, meio espacial, meio medieval, com uma vontade enorme de fugir para a lua e plantar bem no seu centro um jardim de flores e crianças vestidas só de cheiro e cor.
Pressinto uma sensação crescer no meu corpo, não sei se choro, se grito, se rio ou se apenas sinto e sei também que a dúvida que desconcerta minha razão é exatamente saber o que fazer com tudo isso que eu ando sentindo por aí, sem cuidado, sem atenção.
É hora de despertar a razão dormente, embora a certeza de grandes lagos transparentes e samambaias ritmadas não saia de dentro do velho baú trancado no fundo do meu quintal.
O mundo parece ter parado comigo. As pessoas estão escondidas por grossos casacos de lã, a impressão que se tem é que estão rindo para dentro, por medo de receberem risos consequentes e o mundo morre por medo de sorrir e as pessoas congelam pelo medo de dar as mãos.
Nada justifica, nada explica, eu falo e as pessoas subentendem, com olhares rápidos que confirmam ou discordam ou simplesmente, se omitem. Se pelo menos a omissão fosse minha, se as páginas em branco fossem minhas. Não existe mais eu, existe só a vontade muito grande de encontrar um velho disco que me separou de mim, num tempo em que eu estava aberta para o mundo e o mundo me disse não e agora eu digo não para o mundo - pelo menos por hoje.

Valéria  Sorohan

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