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terça-feira, 12 de abril de 2011

QUASE FALEI COM VOCÊ

POR MÁRCIA TOITO
Ontem eu quase falei com você
Vi de longe em silêncio. Num canto, como se a vida passasse sem passar por você.
Longe de mim e longe desse espaço que sempre te pertenceu.
Era bonito te ver por aqui. Uma luz difícil de não ser notada. Preenchia o ambiente com aromas e cores sem par. Sei disso porque danei  a procurar algo parecido. Sem sucesso, guardo o que de bom ainda tenho comigo.
E por que eu quase falei?   Porque além da distância criou-se uma barreira que eu não sei como quebrar!
Eu escalo montanhas. Jamais vou adorar alguém que se colocou num pedestal.
A fragilidade do santo no altar me causa desconforto. Eu não rezo para santo. Rezo para Deus.  Não gosto de altares, não defini uma religião para seguir, nem pretendo.
Por isso quase falei com você.  Assim, ainda fico com o gosto da terra da escalada lambendo minhas mãos.  Apenas olho e penso que a montanha ainda existe.
Por que penso na montanha mesmo diante do andor?
Porque minha alma iluminada e ainda tingida com as suas cores rendeu-se aos encantos daquilo que conheceu e se recusa a acreditar que se enganou.
É doloroso reconhecer um engano. Uma luta diária. Um isolamento de ideias, de ideais não alcançados.
Meus valores estão misturados.  E eu vou seguindo tentando esquecer o que eu já nem sei se existiu.
Vou, outras vezes quase falar com você porque ainda quase  te quero. Mas sei que quase te perco a cada dia que passa nessa quase esperança de não mais pensar em você.
Márcia Toito

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