A dor dói num espasmo que se repete cada vez mais forte e eu te acaricio de longe como as sombras se espalham maiores, conforme a tarde avança. Te estendo minhas palavras, meus versos, te canto para no pó que hei de ser ainda ressoar um tanto aos teus ouvidos cada dia mais surdos, à tua pele cada vez mais ausente, aos teus olhos cada instante menos meus. Minha teia é frágil e não pretende captura. Quero só que ela siga enroscada aos teus cabelos, aderida às tuas roupas, colada aos teus sapatos. Sou um arremedo do que fomos a desejar secretamente que minha mão sobre meu peito seja a tua, que se abram teus olhos com meu sonho.
Patricia Antoniete
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