Há dias que se desenham a grafite. Sobre papel espesso, dobrado várias vezes sobre si mesmo. Há dias em que a memória se confunde com o que devia ter sido. Em que as estórias que deveriam correr sobre o papel estão à distancia de um olhar atento. Há dias em que os outros nos vestem e o nosso olhar se torna mais límpido sobre um mundo confuso de cores e traços. E voltamos atrás do ontem para nos reescrever. Há dias que só se podem desenhar num traço simples de grafite.
Cristina Nobre Soares
LÁ DO DESERTO DO MUNDO
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