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terça-feira, 29 de março de 2011

DESENHAVA CREPÚSCULOS...



Desenhava crepúsculos quando percebeu a sua mão anoitecendo.
Viu uma pequena estrela surgir, mais outra,
reconheceu a estrela Vésper inaugurando o luar
e ficou em sobressaltos quando os vaga-lumes
desceram na palma de sua mão
rompendo a janela entreaberta da tarde
Depois foi a lua que apareceu no vão do polegar,
espichando-se até o anular.
Sem qualquer espanto, fechou a mão em concha
e viu que segurava um fiapo de nuvem

Resolveu decifrar signos nesses astros distraídos
e chamou Aldebarã a mais humilde e pequena das estrelas

Fez um esconderijo de neblina num canto da lua
para brincar com Sara, não, com Raquel, a mais bela
e a primeira,
inventou um guarda-sol com o dedo mindinho
e criou uma ampulheta noturna para sondar o tempo
das estrelas cadentes caindo em seu colo.

Depois de um tempo enebriado,
deixou cair na mesa seu lápis
e adormeceu dentro de um verso,
sonhando com a noite alta que trazia na mão.
 
Paulo Celso Pucciarelli
 
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