
Você indo embora
e eu te olhando, de costas, diminuindo.
Meu corpo treme com a suspeita
de que deve haver algo a fazer,
e eu nunca acerto o quê.
Escavo na memória alguma fórmula...
Nada! É impotente esta hora.
Talvez eu pudesse gritar
“fica, me dá a mão, por favor, me acode”.
Não grito. Começo então a rezar, indecisa,
isso, amanhã, quem sabe amanhã haja outra hora
em que eu possa, em que você...
Mas não me acerto: sua imagem partindo,
se esvaindo de mim, é tão concreta
que eu duvido que amanhã você ainda exista.
Este instante é extremo,
eu preciso de um relâmpago
que te traga pra meu lado.
Mas você vai embora
e não se volta pra trás,
me dá as costas, desaparece
e eu vou ficando, diminuída.
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