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sábado, 8 de janeiro de 2011

Amo com o mesmo tentar de todas as vindas...

E daqui de dentro, olho pro nosso amor com um único olhar, o mais bonito. Enxergo novo e eterno - quando dura um dia. Escrevo no tempo pra contrariar as despedidas e os adeuses que esperam na sala, o dia em que não te pertenci. Reescrevo esse amor pra salvar algumas estrofes que ficaram no meio do caminho e ver a tua língua folheando os meus versos. Memorizo suas linhas e vírgulas. Tiro os pontos finais, reticencio a tua chegada, deixo pra outro dia a demora e amo você todos os dias de novo e de novo. Amo com o mesmo tentar de todas as vindas. Sem aquela história perfeita. O que eterniza esse encantamento são os nossos defeitos perfeitos. O sal da lágrima, o cheiro da terra molhada marcando os teus passos de volta, a tua alegria nos quadros e paredes. Amo. Amanhã novamente. Quando acordo e deito. Quando lembro e esqueço o meu sorriso na cama. Você e todos os seus olhares que pousam no meu corpo e alçam voos logo em seguida. Amo você que me ganha quando me devolve pra tua vida, de corpo inteiro. Amo com o amor que não tenho. Nasci pra te amar profundo e gosto do que vem pra arrancar sorrisos, estralar os dedos, brincar no colo. Gosto do que vem de você, sempre bem embrulhado com papel de sempre, com cheiro de quem quer ficar agora e em qualquer eternidade que aceite nós dois. E suspeito que é aos poucos que te entendo mais que muito, que o teu avesso revela o meu mundo e que em mim qualquer amor acaba eterno, de agora, sem antes ou apesar de e mesmo que não dure, dentro de mim alguma coisa ainda acontece - um punhado de estações que esqueceram de anoitecer.

Só porque o teu amor abre as comportas do céu de dentro e o meu, é a alegria mais séria do mundo.

Priscila Rôde

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