SIGAM-ME OS BONS

A QUEM POSSA INTERESSAR

A maior parte dos textos aqui citados (por razões óbvias) não tem a autorização prévia dos seus legítimos proprietários. Entretanto, o uso neste blogue deve-se apenas a razões estritamente culturais e de divulgação, sem nenhum objetivo comercial, de usurpação de autoria e muito menos de plágio. A administradora do ARMADILHAS DO TEMPO pretende apenas expressar a sua admiração pessoal pelas obras e pelos autores citados, julgando assim contribuir para a divulgação da arte, da literatura e da poesia em particular. A ADMINISTRAÇÃO DO ARMADILHAS DO TEMPO respeitará inteiramente a vontade de qualquer autor que legitimamente manifeste a vontade de retirar qualquer texto aqui postado.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Barco Deriva... Que a nossa luz nunca se apague


Quem já amou sabe... Quando acaba machuca, dói, desnorteia, enlouquece. Deixa vazio que não se preenche. Ferida que não cicatriza, sofrimento que não esvai. Você terminou. Ela terminou. O amor não... Continua vivo, pulsando, batendo como um coração apaixonado que certamente vai ferir cada um com a mesma intensidade que um dia alegrou. É assim. O fim e o início de outro tempo: Recomeço. Obrigação de apagar, esquecer, deixar pra lá. Logo agora que tudo parecia perfeito e que você estava irradiando felicidade. Logo agora que você achou ter encontrado a pessoa certa para envelhecer ao seu lado. Logo agora que você se permitiu e ousou fazer promessas, planos e juras de um futuro perfeito. Justo agora que você deixou de temer o amor e se entregou, ele se foi... Desconstruindo, dilapidando, desmontando cena por cena, beijo por beijo e deixando saudade... De cheiros, versos, olhares e momentos. Desfazendo... Trocando a doçura apaixonante por uma sensação amarga, fria e um tanto deprê.
Recomeçar não é fácil. Esquecer um amor, menos ainda... No primeiro momento você vai pensar que nunca mais vai gostar tanto de alguém, porque realmente o que você sente te engole, é quase maior do que você mesmo. Depois vai assumir uma postura defensiva e se fechar como quem tomou birra de amores que vão embora. Vai ser frio, individualista e vai usar pessoas quase sempre as comparando com quem você ama. Vai sair muito, beber e tentar abstrair um pouco, mas não vai ver tanta graça na noite nem nas pessoas. É fato. Tudo se torna pequeno, vazio e sem sabor para quem perdeu um amor. Depois, com o passar do tempo, entre um e outro envolvimento breve, vai se cansar do sofrimento, da angústia e principalmente da dor que dói e sufoca sem parar de doer. Vai se cansar e talvez achar uma pessoa mais ou menos legal, mais ou menos do jeito que você gosta e então sentir uma preguiça enorme de começar tudo de novo... Se apresentar pra família, falar de você observando uma nítida análise das pessoas que te ouvem. O pai acha que você tem tatuagens demais e a mãe pensa que você é um playboy sem nada pra fazer senão comer a filha dela. Análises. Julgamentos. Pré-conceitos... Coisas que enchem o saco. Se não bastasse, você ainda vai ter que aceitar os defeitos todos de novo e conciliar de uma maneira saudável sua vida com a vida de quem você acha que gosta. Acha, porque gostar é uma coisa, amar é outra coisa muito diferente. E o mais comum nessa fase de ter-que-esquecer-alguém, é inventar sentimentos e amores numa tentativa inútil de calçar o buraco com a ilusão de estar amando de novo. É essa! É essa! Agora é! Não, essa eu tenho certeza! Agora é! Não, não é nenhuma delas. Ninguém aprende a gostar de ninguém. Simplesmente gosta, assim, naturalmente. Então a vida segue, tem que seguir. Você sozinho e meio perdido segue a vida, tem que seguir.
Na base da raça a gente tenta esquecer, aliviar o peito, mas quando se vive uma relação de amor intenso, um fato simples como um espirro diferente te faz lembrar de quem você ama. Espirros daqui, trilhas sonoras dali e casais apaixonados ao seu redor ganham uma certa evidência. O mundo parece conspirar a favor do seu sofrimento, da ausência, da saudade interminável que deságua noite afora. Amar é assim. Vicia mesmo, não adianta fazer de conta, fingir que não é com você. E sofrer faz parte, é o preço, o risco que a gente assume quando se apaixona por alguém. Ah sim! Devia existir uma cláusula que garantisse a eternidade do amor e que nos desse certeza de que tudo que fora prometido será cumprido a risca, palavra por palavra. Mas a realidade é outra. Não existe cláusula nenhuma, o amor não é um contrato. E nós, não somos de ninguém senão de nós mesmos. A gente sonha, a gente inventa, a gente vê filme demais... Mas amor de verdade e para sempre a gente só conhece mesmo ao fim da vida, depois de amar dia após dia, luta atrás de luta. Mesmo na doença, nos problemas, na falta de grana e nas peças que a vida volta e meia nos prega. Amor assim, eu conheço poucos, são raros demais nos dias de hoje. Mas existem e isso é um bom sinal. Nos dão esperança de que manhãs de sol e dias melhores virão para quem acredita no amor.


André Toledo, o Deco.

Lá do Blog TRILHAS DA VIDA

Nenhum comentário:

Postar um comentário