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segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Segunda-feira.

 
 
Tem dias que a gente não sabe muito bem por onde começar. O dia nasce, corre, mas você não acompanha. Em dias assim, eu tenho vontade de sentar numa cadeira de balanço e ficar só acompanhando a dança coreografada dos ponteiros no relógio. Está frio, nada muito bom aconteceu, mas nada muito ruim também. Zero a zero no placar das grandes emoções. Olho pela janela e penso que para pelo menos uma pessoa neste mundo, o meu dia preguiçoso vai ser o dia mais feliz de sua vida. Ao final da tarde, ela se casa com o amigo de infância que no fundo, no fundo sempre foi apaixonada. Para outro alguém este foi um dia cinza, o mais triste do ano. Ele perdeu o pai, vencido por uma doença grave e agora está sentindo agora um enorme vazio no peito, uma dor que vai deixar para sempre cinza o dia 31 de maio. Um terceiro ganha na loteria e morre antes de pegar o prêmio, enquanto um quarto fulano esvazia a conta da esposa rica para fugir com a amante cabelereira. Imagine o tanto de histórias, livros, filmes que daria para fazer com apenas 24 horas deste mundo. Drama, comédia, suspense com um desaparecimento, cinema mudo, aventura em alguma cordilheira, farsa nas rampas do congresso. Segunda-feira é assim, dá preguiça, uma vontade de ficar só assistindo o dia dos outros acontecer.

Ana Reber é cronista do Blônicas.

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