Ora segue roteiros alheios, o coração.
Não nega aos olhos o que vê, nem à boca um sorriso de contentamento.
É traidor, mas não pode ser condenado,
posto ser moldável.
Enganoso também, por supor-se onipotente,
mas não pode ser condenado por não deixar-se encabrestar,
carrega tudo dentro de si.
Ora vazio em plena juventude, quando deveria ser arrebatado.
Ora falido ao pratear os cabelos.
Ora vivo de intuições.
Vai de sobressaltos a calmarias.
Abriga vários recomeços.
É quase incansável,
é quase de barro, faz-se de novo,
e de novo.
O coração sobrevive ao amor,
só por isso deve ser perdoado
Não nega aos olhos o que vê, nem à boca um sorriso de contentamento.
É traidor, mas não pode ser condenado,
posto ser moldável.
Enganoso também, por supor-se onipotente,
mas não pode ser condenado por não deixar-se encabrestar,
carrega tudo dentro de si.
Ora vazio em plena juventude, quando deveria ser arrebatado.
Ora falido ao pratear os cabelos.
Ora vivo de intuições.
Vai de sobressaltos a calmarias.
Abriga vários recomeços.
É quase incansável,
é quase de barro, faz-se de novo,
e de novo.
O coração sobrevive ao amor,
só por isso deve ser perdoado
Eliana Holtz
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