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terça-feira, 30 de novembro de 2010

CARTA PARA TI X

Hoje, em muitos momentos do dia, desejei escrever-te...
precisava escutar e perceber alguma similitude do meu olhar em outro olhar. E lembrei-me do teu...na maior parte do tempo, é teu nome que me socorre de mim própria e das minhas ausências. Queria sentir-me próxima de mim e de sentimentos que guardas em teus olhares e que tanto reconheço.
Teus silêncios e sorrisos confessam-nos, embora penses que ocultem a mim e a ti. E esta afinidade é na maior parte do tempo, um bálsamo...é também açoite, porque inquieta-me e põe em vigília meu senso prático de lidar com aquilo que desconheço. Como compreender o porquê das minhas palavras preferirem a pronúncia dos teus lábios para me confessarem?
Há dias em que tudo é mais profundo e a palavra não acompanha o frêmito e o grito inaudível da vertigem do olhar, quando o coração se lança no abismo de uma serenidade aparente. Sussurram-me todas as dúvidas, murmuram todas as interrogações e incômodas constatações. De uma certa forma, penso que, em muitos momentos, afastei os meus olhares das coisas simples que tanto me refazem: a carícia do vento no alvorecer do dia, o barulho da chuva na vidraça, enquanto o corpo espreguiça-se de prazer e a alma entoa e prepara a ressurreição de todos os dias, quando o amanhecer ainda é longínquo ...tantas coisas de que tenho saudade de sentir.
E o que me impede de perceber e vivenciar tudo isto? Soubesse e te diria...escrevi dia destes num dos meus poemas que tudo parece inútil, quando não mais nos importa, para onde vão os nossos sonhos. Não sei, em que leito têm dormitado os sonhos, que deserdei do meu peito.
Apesar da sensibilidade à flor da pele, sinto meus olhares contidos...queria resgatar, não a que fui, mas a que posso ser...
Quando meus olhares não distinguem o respirar da vida, para além do horizonte azul, prefiro recolher-me. E, ainda que pareça uma atitude de auto-suficiência, acredita que não é bem assim. Sei que me demoro e me concentro em minhas dores. Vezes, apática, remoo-as, como se elas pudessem alimentar-me dos meus hiatos; vezes, dispersa e indiferente, como se elas não acontecessem e nem fossem parte de mim; vezes, guerreira tentando superar-me através de atitudes e menos reflexões.
Acho que despendo muita energia neste caminhar por mim mesma. E parece que sempre busco as estradas mais longas e que nem sempre me levam a qualquer destino. Deambular pelo que não sei de mim, tornou-me meu trajeto favorito...embora isto possa me trazer algum crescimento, afasta-me também de um presente que não me espera, enquanto não sei o que fazer de mim.
Queria apenas que soubesses que estás e continuas em mim, mesmo quando a minha palavra não te chega...


Fernanda Guimarães


TODAS AS CARTAS DA AUTORA*

Fragmentos desse texto já foram postados  no blog, mas hoje o texto na íntegra deu contornos especiais ao meu sentir que anda extremado eu sei . Para quem gosta desse tipo de leitura segue a dica do site onde podem encontrar as outras cartas da autora*.
Vou recolher-me por uns dias e espero que as postagens que deixei programadas não fiquem penduradas sem que eu consiga entender  por quê.


fui....mas volto!

Márcia Toito

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