Guardo a tua imagem
como quem guarda medalha de santo,
um amuleto,
um manto
a guardar-me das faltas de afeto.
Se me perguntares acerca deste meu amor
não te saberei responder.
Apenas deixo-me refletir
na insígnia,
pesada da coisa tua,
que, com vontade de existir
dentro de mim,
pulula...
Tenho-te
desenhado na extensão do meu peito,
um amor do meu jeito que nada pede,
mas que vem pedir,
dos ermos, o entendimento.
É certo que não margeamos os mesmos sonhos,
mas me oponho a acordar agora.
Não agora, quando o teu sorriso acende
meu pequeno peito de poeta
e apreende um sem fim de olhos teus.
Tão pouco quero sair deste poema,
seja aflita, seja em remanso,
sem antes ouvir o teu aparte,
ainda que brotem somente murmúrios
dos meus becos escuros,
onde não alcanço.
Caminhas pelas minhas rimas
e tudo em ti condiz ao enredo
das minhas cismas.
Chego a duvidar do que o meu corpo pede
e junto pedaços de coragens, de medos...
O mote....
Mas sei,
não são os meus versos,
versos embargados
que se repetindo fixam-se em minhas
cavidades descabidas,
com a idéia dolorida
de existirem tão somente em
fragmentos do passado.
Márcia Possar
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