"...Não sei é argumento de gente imatura demais pra arcar com as consequências do sim e muito medrosa pra dizer não. Dizer não sei àquela criatura é deixá-la à mercê de sua volubilidade, mantendo-a sob o jugo do "mistério" que, na maior parte das vezes, é somente uma atroz incapacidade de lidar com as pessoas.
Se não podemos ficar confusos com relação a sentimentos? Sim, é claro. Mas mesmo no meio da confusão vislumbramos pra qual lado nos inclinamos, notamos se tendemos a resolver a questão ou se preferimos dar um tapa e enviá-la a Júpiter. Enfim, sabemos. Porém é necessária uma boa dose de coragem e maturidade no ato da decisão porque cada opção é, em si, uma negativa perante o mar de outros possíveis caminhos.
Decidir é ultrapassar a infantil fantasia de que podemos ter tudo, sempre, ao mesmo tempo; é a humildade de reconhecer que vovó não estava gagá quando dizia que "quem tudo quer, nada tem". Já passei da idade dos joguinhos adolescentes "estou a fim de você mas não conto porque é sua obrigação sacar". Se quero alguém, informo. É tão mais fácil e saudável. Claro que já ouvi não. Tudo bem, ninguém é obrigado a cair de amores por mim. Mas, na boa, prefiro um não proferido nas fuças que um não sei pairando no ar. Um chega-pra-lá pelo menos é uma definição: então posso pegar meu barquinho, sem culpa nem "serás" e, sair remando em busca de portos mais acolhedores. Vou embora e, apesar de ter sofrido, levo a certeza de que o melhor da vida é estar com quem sabe bem que me quer.
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Ailin Aleixo
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