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sábado, 20 de agosto de 2011

A QUÍMICA DOS SONHOS


Entender o mecanismo do vento, o seu carácter transitório,
o caminho das pétalas duma flor sobre um vidro transparente
que reflete a imagem do próprio frio do vidro colado ao tempo

é um ato que pressupõe a elaboração cuidada dum inventário
das causas remotas, um roteiro para o exato declive das águas
que vêm da montanha, coabitando na terra, unindo-se à terra.

Essa é a verdadeira ciência dos musgos e do pólen que alaga
os nossos olhos com círculos irisados de sol, que transfigura
o nome que se dá a uma maçã, mesmo se na forma duma pedra;

e dessa textura é a frágil química dos sonhos, da predestinação
das noites caindo devagar sobre as nossas mãos demoradas,
a sua eterna transfiguração, o ciclo da água, o círculo do planeta.


Vieira Calado

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