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domingo, 21 de agosto de 2011

6h34.

nem liga, guria
se eu já não sei disfarçar
se eu já cansei de esconder
o que era fácil de achar
nem liga, guria
se nos meus olhos não há (mais)
o brilho de quem vivia
com o coração em paz
se a gente já soubesse como vai ser a viagem
antes mesmo de comprar nossa passagem
a gente já virava pro outro lado e dormia (tão só)
se a gente entendesse que há um ciclo no amor
começa com pela cura, mas termina com a dor
a nossa cama pra sempre estaria vazia
nem liga, guria
se a minha voz acabar
sei que tu já me sacou sem eu precisar falar
nem liga, guria
não vou poder te atender
tô encontrando em minha vida um canto só pra você
se a gente já soubesse como vai ser a viagem
não perderia tanto tempo com bobagem
e o meu peito poderia muito bem ser a tua moradia
e finjo que acredito no que dizem sobre o amor
eu finjo que é eterno, mas te peço, por favor
esquece tudo e vem passar comigo essa madrugada tão fria
vê se não fica assustada quando eu digo
eu nunca fui daqueles que fazem sentido
tô em são paulo, aqui o céu nunca é azul
eu tô aqui cantando um samba com sotaque do sul
amanheceu, e eu deveria estar dormindo
mas estes versos são palavras explodindo
e, no teu colo, um dia, elas vão cair
e aonde isso vai dar, não cabe a nós decidir.
Lucas Silveira

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