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sexta-feira, 17 de junho de 2011

A NOITE

Pouco sei da noite
mas a noite parece saber de mim,

e para mais, conforta-me como se me desejasse,
cobre-me a consciência com as suas estrelas.


Talvez a noite seja a vida e o sol a morte.
Provavelmente a noite é nada
e nada as conjecturas sobre ela
e nada os seres que a vivem.

Talvez as palavras sejam tudo o que existe
no enorme vazio dos séculos
que nos arranham a alma com as suas recordações.

Mas a noite há-de conhecer a miséria
que bebe do nosso sangue e das nossas ideias.
Ela há-de atirar ódio às nossas observações
sabendo-as cheias de interesses, de desencontros.


Mas sucede que ouço a noite chorar nos meus ossos.
A sua lágrima imensa delira
e grita que algo partiu para sempre.


Um dia voltaremos a ser.

Alejandra Pizarnik

CRÉDITOS AO BLOG:  MENINA DO SÓTÃO

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