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terça-feira, 14 de dezembro de 2010




Podem todos rir de mim,
Podem correr-me à pedrada,
Podem espreitar-me à janela
E ter a porta fechada.


Com palavras de ilusão
Não me convence ninguém.
Tudo o que guardo na mão
Não tem vislumbres de além.


Não sou irmã das estrelas,
Nem das pombas, nem dos astros.
Tenho uma dor consciente
De bicho que sofre as pedras
E se desloca de rastos.


Natércia Freire

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