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sábado, 25 de dezembro de 2010

CAMINHOS

                   

O tempo passa mais depressa do que imaginamos. Em alguns momentos não sabemos para onde ir, nem o que fazer. Tudo parece ser interessante. A vida nos é mostrada como uma aventura, um convite aos que estiverem dispostos a enfrentá-la. São tantas opções e sugestões de prosperidade, avisos de perigo que se torna inevitável a escolha de um caminho.
Deixamos de ser aventureiros adolescentes para assumir a condição de adultos  responsáveis. Nesta fase não há mais escolhas. Há apenas a necessidade do cumprimento dos objetivos traçados, das metas estabelecidas. O caminho foi escolhido é preciso conhecê-lo .
 Vivemos então a nossa escolha. Vivemos para cumprir! Horários, compromissos, obrigações, trabalho. Vivemos para atender! Família, amigos, clientes, funcionários, pessoas de todos os tipos. Vivemos para entender! As injustiças, as desventuras, as traições, os filhos, o marido, a esposa, a falta de sonhos e até mesmo a falta de opções.
Tudo isto chega muito depressa em nossas vidas e por vezes não nos damos conta de que já estamos percorrendo o caminho anteriormente traçado. Dormimos cheios de esperanças e acordamos em  meio ao que nos parecia tão distante.
Assustados com a condição de cumpridores do dever sempre em primeiro lugar, paramos de sonhar. Não podemos fracassar, precisamos seguir o caminho. Para isso devemos estar acordados e lúcidos.
Em frente seguimos sem ter a certeza de que estamos fazendo o melhor. Aparecem as dúvidas, os anseios e as angústias.
 Há também momentos de calma, de aceitação. Estamos mais seguros agora, tudo corre como planejamos e o que não deu certo apenas atrasou um pouco o andamento dos planos.
É... Olhamos no espelho orgulhosos das nossas conquistas, mesmo que não sejam muitas aos olhos dos outros mas suficientes para as nossas escolhas.
Chegamos à estabilidade. Financeira, psicológica, sentimental, social! Temos a casa que queremos, a serenidade que precisamos, uma profissão e um emprego, o amor que nos acompanhou e os amigos que escolhemos.
Temos tudo? Sim! Racionalmente falando, temos motivos para não querer desviar o caminho. Temos a certeza de que podemos respirar aliviados. E a sensação de que valeu a pena todo o esforço.
Contudo a memória nos remete ao tempo das opções e a emoção nos revela que existiu  um outro caminho que foi deixado de lado. Fechamos os olhos e nos perguntamos como seria se tivéssemos seguido os instintos, a emoção? Como seria se tivéssemos escolhido o caminho que a princípio nos era mais belo, porém instável demais para que pudéssemos entendê-lo e até mesmo aceitá-lo como ideal para as nossas vidas?
Ao fechar os olhos, a época das incertezas se faz presente e descobrimos que algumas emoções não poderiam estar nesse caminho que por opção percorremos. Não combinam, não se encaixam. Assustam-nos, ao mesmo tempo em que nos encantam, nos fazem sonhar, querer, sentir, gostar...
No vai e vem do pensar existe a confirmação de que não há mais espaços para delírios, paixões, alardes...
Rompantes de irresponsabilidades, momentos de embriaguês sentimental precisam ser abandonados por absoluta falta de condições de serem esquecidos ou ignorados...
Voltamos ao espelho... Refletidos estão todos os nossos sentimentos: os vividos e os há muito tempo renegados. Refletidos estão os dois caminhos: o percorrido e o de longe desejado.
Paralelos, deveriam se encontrar apenas no infinito mas quis o destino cruzá-los, talvez para que pudéssemos provar um pouquinho do caminho  que deixamos e ter a certeza   do caminho que escolhemos.
Felizes daqueles que conseguem ter a consciência do prazer que foi deixado mesmo sabendo que o caminho já foi traçado!

MÁRCIA TOITO - 10/04/2006

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