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quinta-feira, 29 de março de 2012

AZUL ABRIL...


Porque gostas de azul, dou-te de presente meu céu de abril ainda mais bonito, com tons de porcelana antiga e miçangas de mil cores. Porque gostas de azul, teço azuis formas vaporosas, pinto de azul meus dias, deixo crescer o cabelos, como confeitos de açúcar, cuido de violetas no vaso, ouço Elis a meia-luz, o fino piano de tom pingando lento na sala.

Porque gostas de azul, recrio formas da essencia humana em azul de mar e sal e ser, transformo gestos de braços em asas, busco misótis nos cantos das ruas, mando trazer de longe aquele cheiro da tua infância de cera, café e fumo. Reconheço os castelos que a tua ira levou em descuido e descrença, mas ainda hoje, pus nas janelas cortinas novas para poder te namorar por trás das rendas.

E porque gostas do azul que gosto, invento histórias de bruxas e de fadas, perfumo os travesseiros com alecrim e crio noites azuladas de cartão postal. Porque é azul prego num céu puríssimo uma lua cheia, floresço maracujá sobre os muros cubro de beijos todo o seu caminho, se me pedir, convenço uma borboleta a te doar seu pó de estrelas.

Porque és azul, invento para ti um país de azuis contornos onde todo mundo é feliz e não existem guerras nem mosquitos. E quando estiver chegando, vou me pintar e perfumar e começar desde então a te mimar, te domar, te chamar e enlouquecer num porre de vodka azulada com anis.

Quando penso que gostas do azul que sou, me vejo no topo daquela colina ao lado da capela antiga, de repente tímida, de repente choro, e rindo de repente digo que sim, que te amo! e depois disso eu sei que não precisarei emudecer para nunca mais.

Capturarei um longo triste e melancólico som de galo de quintal para anunciar a noite que chega. E quando ela chegar, prometo que te aconchego ao meu corpo na cama e ilumino teus olhos com lanternas da china. No sonho, me molho na chuva, me enrosco em teu colo, susuuro em teus ouvidos todos os apelidos azuis que te dei. Te faço carinho, te escondo do escuro e te rezo baixinho.Te faço cosquinhas te embalo em meu peito e não deixo, não deixo, não deixo que sofras amor.

Pela manhã para te fazer rir me visto inteira de tules, prendo uma flor no chapéu, danço uma valsa dolente e colho nuvens cor de rosa, eu estarei irremediavelmente, lunática e indecentemente feliz.

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