A verdade é que muitas pessoas me atraem, porém poucas são aquelas que me cativam. A gente perde tanto tempo com as distrações das atrações que pouco tempo nos sobra para enxergar o essencial que só se vê com o coração. Eu não sou o pequeno príncipe, não tenho uma rosa para cuidar, tão pouco um planeta só pra mim. Eu não viajei pelo o universo, não encontrei pilotos perdidos, mas sei muito bem o quanto é difícil entender as pessoas grandes e aprendi o valor inestimável de nunca desistir de uma pergunta. Talvez um dia eu volte para o planeta de onde vim ou vá para qualquer lugar que eu possa chamar de meu, pois sinto com uma certa frequência que este aqui não é o meu lugar. Eu simplesmente me recuso a aceitar a falsidade dos "bom dia", o desinteresse dos "tudo bem com você?" e a hipocrisia daqueles que apontam o dedo antes mesmo de se olharem no espelho. Pode o mundo se corromper em meio à superficialidade dos corpos, que eu continuarei aqui, profundo e disposto a ir um pouco mais além dos que se afogam no raso dos sentimentos. O que me toca vai além da pele e do contato físico, vai além das palavras que não são seguidas de atitudes. O que me toca de verdade é aquilo que consegue transpassar a barreira dos olhos e atingir a alma. E eu sigo assim, procurando evitar que os meus olhos se distraiam e tentando ouvir mais atentamente o meu coração.
Luan Emilio Faustino
Das Cartas Que Nunca Mandei
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