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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

DE OLHOS ENTREABERTOS

A paixão faz com que troquemos as cores, os dias e as horas. Arrebata-nos, tira-nos certos sensos, idiotiza-nos, por vezes. Isso é maravilhosamente humano. Por algum tempo nos admitimos surdos, cegos; embevecidos, nos doamos incondicionalmente, mas chega um momento em que as cores recuperam suas matizes, os dias retornam à cronologia do calendário, e os ponteiros do relógio voltam a funcionar em sentido horário... era só mais um sonho de Ícaro; só mais um sentimento que não resistiu à luz do dia! É lucro não perder o eixo e manter as asas... o resto é sobra de festa, não se faz questão.

Aíla Sampaio



Na instabilidade dos ventos estão o movimento e as cores da vida. Se é brisa, sente-se leveza, faz tempo azul de bonança e dão-se sorrisos fáceis. No vendaval, perturbam inquietações acinzentadas, preocupações que franzem o cenho e alongam os dias. Se cai um temporal, faz-se céu plúmbeo de desespero, ouvem-se gritos, escorrem lágrimas, voam páginas do livro ainda nem escrito. Nesse tempo escuro, pássaros não cantam e a alegria sofre, sepultada viva em faces contraídas. A vida assim se desenha. Cada um que pinte a sua com as cores que o coração lhe der. As tintas estão dentro de nós, não lá fora, aonde tanto procuramos.


Aíla Sampaio


DE OLHOS ENTREABERTOS

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