Gostaria que a vida nos tivesse dado permanência, havia uma estrada linda pela frente e seria muito bom que caminhássemos juntos.
Mas quem disse que eu soube caminhar? E quem disse que você queria isso?
Não queria! E foi por isso que tropecei tantas vezes quando você largou da minha mão.
Já não sei se consigo me levantar, me ajeito um pouco apenas para apreciar quem passa pelo teu caminho. Sei que não posso dar informações, nem interferir nas ações ou gestos daqueles que te acompanham, pois que este caminho não é meu e nem sei como foi que cheguei até aqui ou como faço para regressar.
Talvez eu tenha adoração por flores e não pude deixar de ver as que enfeitam com tanta delicadeza a tua estrada. Também não pude ignorar o colorido... A sensação do eterno arco-íris a enfeitar teus campos.
Talvez o meu gostar de aromas suaves e doces tenha feito com que meus passos fossem guiados por entre tantos que pairam no céu da tua estrada.
É possível que eu tenha levitado nos braços deste aroma e envolvida fui, aos poucos, chegando até você.
Não sei se assim foi, mas é fato que estou aqui, impregnada de aromas e tingida com todas as cores à beira da tua estrada. Mãos espalmadas diante do rosto encharcado de lágrimas, joelhos esfolados, pernas cansadas...
Caí de mau jeito desta vez, mas ainda busco um aceno me chamando de volta ou um dedo em riste apontando uma direção.
Sei que vai demorar muito tempo para que eu consiga me recuperar e mais ainda para aceitar tantas quedas. Contudo, não desaprendi das coisas que gosto e sei que não vou me esquecer das belezas que vi na estrada da tua vida e qualquer caminho que eu daqui por diante decida traçar, será guiado por tudo que não pude deixar de admirar.
MÁRCIA TOITO
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